terça-feira, 26 de junho de 2007

AVEIRO...AVEIRO...

Não se percebe muito bem e deixa muitas dúvidas a recente entrevista dada por Raul Martins ao Diário de Aveiro.
Nesta altura do «campeonato», qual o interesse de avançar com o nome do ex-presidente para nova candidatura à câmara?
Não era Raul Martins um acérrimo crítico de Alberto Souto? Não tomou conta da concelhia do PS à conta disso?
Quererá Raul Martins, com esta pressão extemporânea, ouvir um «não» definitivo de Alberto Souto para assim ter oportunidade de pensar outro candidato, quiçá, ele próprio?
Se é este o caso, a jogada é demasiado arriscada. Se o ex-presidente diz «não», tudo bem, fica com campo de manobra. Mas se Alberto Souto diz que «ainda é cedo» ou aceita o desafio, em que situação fica Raul Martins e a «sua» concelhia, no fundo o PS Aveiro? Aguenta com o fardo às costas e apoia Alberto Souto, ou não apoia e dá o dito pelo não dito?
E que outro recurso restará à concelhia do PS que não seja apoiar o ex-presidente se este se dispuser a voltar? E a concelhia está de acordo (todos os elementos da concelhia) que, tanto quando se diz, não foi oficialmente contactada para se pronunciar sobre o assunto?
Estranho, realmente, que numa altura destas e quando alguns elementos muito afectos e ligados a Alberto Souto andavam já em campanha de boca-a-boca para tentarem trazer de volta o ex-presidente, surja agora, de outra facção, um mesmo pedido.
Os jogos, todos eles, mesmo estes de bastidor, são interessantes... mas têm sempre um risco e, este, pode ser fatal. Será que o PS Aveiro precisava, neste momento, de uma jogada destas?
Sem querer, ou por querer, Raul Martins entregou-se nas mãos de Alberto Souto. Se foi sem querer, devia ter pensado melhor. Se foi por querer, não arriscou apenas a sua posição no partido, jogou todo o partido e colocou o outro com a possibilidade de dar xeque-mate.

4 comentários:

RM disse...

Meu caro (e conhecido) amigo:

Posso fazer uma pergunta?
Leste a entrevista?
Chata, não é?

Raul Martins

mirone disse...

Não diria propriamente que a entrevista é chata. Ela é, sobretudo, extemporânea. Na política, todos sabemos, os jogos de bastidores são muito importantes e o que às vezes parece...não é.
Claro que li a entrevista e, daí, as minhas observações. Não me arriscaria a criticar qualquer texto do qual não tivesse o exacto conhecimento.
Está na moda falar de transparências e, se seguir a tendência, diria que ela é pouco transparente. Não sou político, jamais teria feitio para isso. A minha postura é de aplauso quando é caso disso, ou de renúncia em situação contrária. Critica sempre que ache oportuno.
Fico satisfeito pelo tratamento que me foi dado... mas lamento dizer que, infelizmente, não tenho o prazer de nos conhecermos pessoalmente.
A Net, muitas vezes, presta-se a alguns equívocos, sobretudo quando, como é o meu caso, a identidadee não está às claras. E não o é pela simples razão de que muito pouca gente ligaria o nome à pessoa. E, figura publica é coisa que não sou.
Este meter a colherada é, apenas, uma maneira de contribuir para a discussão de problemas que julgo importantes para a cidade de Aveiro.
De qualquer modo, agradeço a abertura dispensada e continuarei atento e colaborante nestas andanças.

José Manuel Dias disse...

...pelo andar da carruagem...

mirone disse...

...«pelo andar da carruagem» - costuma dizer-se, logo se vê quem lá vai dentro.
Ah! estas frases enigmáticas. Até parece um pouco na linha da entrevista em causa.