quinta-feira, 12 de abril de 2007

SUBITAMENTE, HELENA MATOS

Subitamente, quase 40 anos depois, a saudade volta à cena e deve ser aquele síndroma de que fala António Barreto na mesma edição do Público de que «as feridas de carácter não cicatrizam».
Helena Matos, que tantas vezes nos regala com belas crónicas, desta feita escorrega no seu «Pingue-pongue» com Rui Tavares e fica-se, só, a lembrar um qualquer Verão passado, embora ainda estejamos na Primavera.
Vejamos: Será intelectualmente sério lembrar a incapacidade que vitimou Salazar nesse ido Verão (quente?) da há quase 40 anos e que o impediu de responder aos seus acompanhantes (Verdade? Ficção?) se se lembrava em que faculdade se tinha formado e em que ano, com a actual posição do Primeiro-Ministro? É sério, razoável, que daqui se parta para dizer, como «metáfora» (é subtil, não é?) : «... vagueando em São Bento, alguém que acredita ser primeiro-ministro»? Só falta aquela do «Romeiro, quem és tu? NINGUÉM!»
Na trama, da crónica/conto, só não se entende (o defeito deve ser nosso) a evocação da festarola de Patino (o meu teclado não dá para acentuar o «n»). Que os apaniguados de Salazar usavam e abusavam dessas festas, já nós sabíamos. Mas não consta que na democracia em que vivemos desde 1974 elas se tenham repetido.
Ah, esta Direita... não há ninguém que a entenda: gostam de chefes e autoritários, como se provou ao longo de 50 anos e acusam agora o chefe do Governo de autoritarismo rodeado de «nomenklatura» que não sabe viver sem chefe. Claro, claro, agora é democracia pelo que não há chefes...
Ai estes portugueses, teimosos, agarrados ao passado, descobridores, atravessadores de ATLÂNTICOS...

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