sexta-feira, 18 de maio de 2007

PÚBLICO/SÓCRATES/SALAZAR

Meus senhores: penso que já todos sabíamos que a dor de corno é chata, persistente e por vezes insanável. E com ela acontece que, muitas vezes, come o justo pelo pecador, ou seja, o corneado perdido de cabeça, ataca quem, de entre os dois protagonistas no encornanço, é o «menos» culpado. Ou, então, arranja um capanga para tratar da saúde ao pressuposto encorneador.
Eu sei que não são palavras muito bonitas, pelo contrário, são pouco elegantes... mas...
Hoje li o editorial do Público, da autoria óbvia de José Manuel Fernandes, seu pesporrento director. E, meus amigos, deu-me para começar este alinhavar de palavras da maneira que é bem visível no parágrafo anterior. Foi uma comparação que me surgiu e à qual não consegui resistir.
Diz o director: «A taxa de crescimento da economia foi de 2,1 por cento, acima do esperado, mas longe do necessário, longe da média europeia e longe do prometido nas eleições». Bom, eu não sei qual foi a promessa de José Manuel Fernandes ao patrão Belmiro de Azevedo em relação ao pressuposto crescimento do jornal Público. Mas sei que não cresceu, bem pelo contrário e, por este caminhar arrisca-se a ir ao fundo. Não é credível um jornal, que já foi de referência (maldita OPA) ter um editorial que mais à frente «reza» assim:
«Como se compreende que um Presidente da República nada diga, podendo tê-lo feito na tomada de posse de ontem, que a grosseira ignorância de qualquer sentido de Estado que representa desestabilizar de novo o Tribunal Constitucional vai contra o que sempre defendeu, quando privilegiou a estabilidade sobre a oportunidade política?»
Pois é! Assim «ipsis verbis», o director chama burro ao Presidente da República e ao Primeiro Ministro. Facilmente se depreende das palavras de Fernandes que, o que ele desejava, isso sim, não era que as leves modificações assumidas por Sócrates, fossem assim tão leves, mas daquelas que desse para grande especulação, com um saída e entrada de muitos ministros e secretários de Estado. Isso sim, seria estabilizar o País. Para Fernandes, vale tudo para tentar afundar o governo que não lhe agrada, ou, mais correctamente, que não agrada aos interesses do seu «boss».
Todo o artigo é de bota-abaixo. Mas a pérola do editorial vem no fim: «Falta de transparência, jogos de influência, proteccionismos absurdos, sede do poder. Em 2007 d.C. é este o principal problema do país. E tem como pólo a mesma casa onde viveu Salazar».
Se isto não é dor de corno (mesmo que o corno seja o outro), o que será uma dor de corno? É feio, muito feio mesmo, ver chegar um director dum jornal chamado Público a este estrebuchar, a esta falta de ética, de gosto, de decoro, etc, etc, comparando Sócrates a Salazar. Já tínhamos visto muita coisa, de há uns tempos a esta parte, vinda desse senhor director, mas agora parece que o «pior problema deste país, em 2007 d.C. é mesmo jornalistas(?) como ele.

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