PÚBLICO/SALAZAR/ARMANI/HUGO BOSS
O artigo anterior «Público/Sócrates/Salazar» já ia longo e deixei passar uma das «melhores passagens» do «linguado» de José Manuel Fernandes. Diz este senhor, convicto, depois de salientar que há dois anos existe em Portugal um poder tentacular e imune à vergonha, que esconde um autoritarismo teimoso e calculista que não olha a meios para atingir os fins:
«Um só dia passado esta semana em Londres reforçou essa minha convicção: lá, por mais spin-doctors que esvoacem em torno das redacções, discute-se, debate-se, afronta-se, tem-se frontalidade e coragem. Aqui não. Aqui ganha quem joga por baixo da mesa, trocando favores ao estilo de Salazar mesmo vestindo Armani ou Hugo Boss».
Não sei se hei-de rir, se chorar. Rir-me... pela simples razão de um especialista (?), por melhor que o seja, compreender num dia aquilo que são lições seculares. Chorar pelo facto de verificar que esse especialista, no caso o senhor directo do Público, afinal, aqui, no seu Portugal e no seu jornal, não ter a coragem de dizer não já que, como diz , «aqui ganha quem joga por baixo da mesa, trocando favores ao estilo de Salazar (esta do «Botas» já é fixação) mesmo vestindo Armani ou Hugo Boss. Afinal, pergunta-se muito inocentemente: quem manda na redacção do Público? Quem faz favores por baixo da mesa? quem veste Armani ou Hugo Boss? Quem troca favores ao estilo Salazar?
Sem comentários:
Enviar um comentário